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O USO DO INFINITIVO

     Prezados leitores do blog,

     Hoje falaremos um pouco sobre infinitivo e o seu uso nas orações. Antes, precisamos iniciar dando uma definição. Segundo Maurer Jr., o infinitivo é um "nome verbal, pois, como tal, enuncia a ação ou progresso por ele referido de uma maneira geral e vaga: não indica o agente da ação, como acontece com as formas finitas do verbo".
     Ele pode,ainda, ser dividido em infinitivo impessoal ou pessoal (flexionado ou não flexionado).
     Exemplo de infinitivo impessoal:
     "Não é possível ocultar a verdade dos fatos". A primeira oração (Não é possível) tem como sujeito a segunda (ocultar a verdade dos fatos), que apresenta sujeito indeterminado.

     Exemplo de infinitivo pessoal flexionado e não flexionado:

     "É preciso trabalhares" - Infinitivo pessoal flexionado;
     "Ouviu-os falar a verdade" - infinitivo pessoal não flexionado.

     Veja a conjugação do infinitivo pessoal não flexionado e flexionado:
     Não flexionado - aprender ( uma só forma para as seis pessoas);
     Flexionado - aprender, aprenderes, aprender, aprendermos, aprenderdes, aprenderem.

     Agora, diante desse pequeno resumo, vamos discutir o uso em algumas orações. Qual das orações abaixo seria a correta, segundo a Norma Culta da Língua Portuguesa: Os vendedores fizeram o possível para bater a meta ou os vendedores fizeram o possível para baterem a meta? Se buscarmos a solução a partir dos gramáticos, eles dirão que, quando o sujeito ( no caso, vendedores ) for o mesmo para as duas orações ( fizeram, bater), não é necessário fazer a flexão do infinitivo, ou seja, o primeiro exemplo estaria mais de acordo. Assim, o sujeito do verbo fazer e do verbo bater é o mesmo: os estudantes. Mas note! Isto não significa que, se uma pessoa flexionar o segundo verbo, estará cometendo erro. Suponhamos que certo escritor queira enfatizar o esforço dos vendedores. Preferirá flexionar o segundo verbo, ficando a oração da seguinte forma:
     "Os vendedores fizeram o possível para baterem a meta".

     Vamos, agora, para uma segunda situação: se os sujeitos forem diferentes, como ficaria a frase? Simples, por se tratar de dois sujeitos diferentes, ambas as orações devem ter os seus verbos flexionados.
     Assim:
     O aluno fez o possível para os professores o avaliarem bem na prova final, o sujeito do verbo fazer é O aluno, e o sujeito do verbo avaliar é os professores.
     Tomemos cuidado com alguns verbos: mandar, deixar, fazer ( verbos causativos) e ver, ouvir, sentir, olhar ( verbos sensitivos). É comum não haver locução verbal e sim, relação entre duas orações, onde o verbo no infinitivo faz parte da segunda oração.
       Dessa forma,
      Deixei-os dormir até mais tarde. Primeira oração: Deixei; segunda oração: os dormir até mais tarde ( que eles dormissem até mais tarde).

     Observação: quando o infinitivo é introduzido por uma preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior, não se aconselha a flexão.
     Exemplos:

     "Eles estão dispostos a colaborar";
     "Eles não têm direito de gritar".

     Finalmente, cuidado com a flexão em excesso. Citamos alguns exemplos do mau emprego do infinitivo flexionado:

     "Precisamos lutarmos para fazermos um mundo melhor" - Horrível, não!?
     "Queiram, por gentileza, comparecerem" - Terrível!

     Em outra oportunidade, colocaremos alguns exercícios sobre o assunto.
     Até a próxima postagem.

     Profº Rogério Brambila de Carvalho.
     

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