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GABARITO E COMENTÁRIO SOBRE O EXERCÍCIO DE CRASE

Olá, queridos estudantes.

Como prometido, coloco abaixo o gabarito e os comentários sobre crase. Confiram:

QUESTÃO 1:
RESPOSTA: LETRA B.
Vamos analisar a resposta.
A -  Refiro-me às atitudes de adultos. Primeiramente, é preciso que o estudante saiba que “às” é a fusão da preposição “a” com o artigo feminino plural “as” que, com a contração, gera o acento grave. O verbo “referir” exige a preposição “a”; o substantivo feminino “atitudes” possui o artigo feminino plural “as”. Para que se confirme o que foi dito, basta que mudemos o substantivo feminino plural por um substantivo masculino plural ( por exemplo, procedimentos). Se houver o artigo masculino plural, haverá também o artigo feminino plural na frase original. Vejamos:
Refiro-me aos procedimentos de adultos... Observe que aparece o artigo masculino plural, o que comprova a existência do artigo feminino plural na frase original. ( Refiro-me a + as atitudes de adultos = Refiro-me às atitudes de adultos).

B -  Levam as moças à rebeldia insensata... Para confirmar que há crase na frase, basta que você troque o substantivo feminino “rebeldia” por um masculino ( por exemplo, delírio). Se surgir um artigo masculino na frase é porque também haverá um artigo feminino na frase original, forçando o uso do acento grave. Vejamos:
Levam as moças ao delírio extremo... Observe que aparece o artigo definido masculino “o” junto da preposição “a”. Assim, o mesmo acontecerá na frase original:
Levam as moças a ( o verbo levar exige a preposição a) + a ( artigo feminino) rebeldia insensata... Logo, a + a = à.
C - ... e a uma fuga também insensata. Como eu comento no vídeo sobre crase, não há crase seguida de uma palavra de sentido indefinido ( um artigo indefinido ou pronome indefinido, por exemplo. No caso, em nossa frase, temos o vocábulo “uma”).  Portanto,  a resposta que satisfaz o que foi comentado aqui é a letra B.

QUESTÃO 2
RESPOSTA: LETRA D.
A - O verbo anuir é transitivo indireto e exige a preposição “a”.  “Proposta” é substantivo feminino, portanto deve ter o substantivo feminino “a”. A junção dos dois elementos provoca o acento grave. ( Se trocarmos o substantivo feminino por um masculino – projeto, por exemplo -, comprovaremos esta afirmação. “Anuiu ao projeto...”. Portanto, devemos colocar o “à” antes de proposta.
B – O verbo “preferir” é transitivo direto e indireto.  “Prefiro isso a aquilo”.  Mas observe: Prefiro maça a manga// Prefiro a maça à manga. No primeiro exemplo, o substantivo feminino maça não possui artigo feminino. Para mantermos o paralelismo da frase, o termo “manga” também não possuirá artigo feminino, havendo apenas a preposição. Já no segundo exemplo, como o termo “maça” possui artigo feminino, o segundo também possuirá, havendo, portanto, a crase. Na frase da questão, entretanto, não há que se analisar o verbo “preferir” por esse viés. O que vem posterior ao verbo “preferir” é o infinitivo ( do verbo conservar).  O mesmo acontece no segundo caso, onde encontramos outro verbo no infinitivo ( entregar). Ora, antes de verbo não se usa o acento grave e, portanto, não há crase.
C – O verbo “entregar” é transitivo direto e indireto. Por essa razão, temo o objeto direto representado pelo pronome oblíquo  “-lo”,  e o indireto, que exige a preposição “a” unida ao pronome demonstrativo “aqueles”, formando “àqueles”.
D – O verbo “postular” é transitivo direto, por isso o objeto direto será representado pelo pronome oblíquo “o”. Para usarmos o “lhe”, seria necessário haver um objeto indireto.

QUESTÃO 3 – LETRA C
A – De muito. O uso do verbo haver justifica-se porque a frase indica tempo decorrido.
B – coisas mais simples na vida... Usamos o verbo haver quando este for sinônimo de existir, acontecer ou ocorrer.  Há coisas = existem coisas.
C – Certos postos de relevo a que tantos ambicionam. Temos nesse fragmento um pronome relativo “que”.  Este pronome faz referência a termo anterior ( certos postos de relevo). Poderíamos, inclusive, desmembrar a segunda oração, que ficaria assim: Tantos ambicionam a certos postos de relevo. Ora, não se usa crase diante de palavras masculinas, tampouco antes de termos de sentido indefinidos ( certos ).
D – Por amor à ostentação. Podemos trocar o substantivo feminino por: por amor ao orgulho. Por isso, há crase. Como já mencionei o motivo do uso do acento grave, não vejo necessidade de comentar novamente.
QUESTÃO 4 – LETRA B
A – Mario chegou a casa. Diante do substantivo “casa”, sinônimo de lar, não se usa crase.
B – Pediu à mãe. Observe: Pediu ao pai. Leia os comentários anteriores já feitos sobre esse uso.
C – Começou a procurá-la. Antes de verbo, não se usa crase.
D – Devia tê-la dado a alguém. Antes de palavra com sentido indefinido, não se usa crase.
E – Mas a quem? Antes de “quem”, não se usa crase.
F – Talvez à tia Anastácia. Compare: Talvez ao tio Fernando. Leia os comentários anteriores sobre esse uso.
G – às cinco horas. Expressão indicando tempo;
H – se dirigia a Paris.  Compare: voltava de Paris. Só há preposição, sem artigo, portanto sem crase.

QUESTÃO 5 – LETRA D.
Analisemos uma por uma:
A – caminha a passo firme. Não se usa acento grave antes de substantivo masculino;
B – disposto a falar ao juiz. Não se usa acento grave antes de verbo;
C – precisamente às dez horas. Deve haver crase em expressões indicadoras de tempo;
D – Opção correta. Antes do relativo “qual” usamos  o acento grave. Vale lembrar que o termo “casa”, neste caso, não é sinônimo de lar.  Às pressas, expressão adverbial que necessita de acento grave.
E – Ora àquilo. É preciso colocar acento grave antes do demonstrativo “aquilo”, pois o verbo aspirar exige a crase, devido à preposição “a”.
QUESTÃO 6 – LETRA C
A – Não se usa crase diante de palavras repetidas: frente a frente.
B – “a se olharem” Não se usa crase diante de verbo.

C – “Uma à outra”. Essa expressão exige o uso do acento grave. Seria uma espécie de exceção, pois o termo “outra” tem o sentido de algo indefinido.

            Um  forte abraço e até o próximo comentário.
            Professor Rogério Brambila.


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